Caderno de campo
Carlos Almeida
Durante alguns meses de 2005, Carlos Almeida acompanhou um casal de Águia-de-Bonelli na região de Mafra. Desse acompanhamento resultaram alguns registos no caderno de campo do observador que aqui são revelados. Do que se sabe, este casal mantém-se no local, mesmo perante uma forte pressão urbana.
Foi-me dado a conhecer um ninho de Hieraaetus fasciatus, situado na zona Mafra. O ninho foi feito na base da copa de um pinheiro bravo com ramos, de aspecto pouco elaborado (talvez por não ter sido aparentemente ocupado há relativamente pouco tempo) e pequeno, pelo menos para o que se espera de uma ave de rapina do porte da Águia-de-Boneli. O ninho está situado numa das vertentes do vale, que é bastante abrupto, estando o ninho situado a cerca de 120 metrosde altitude, as vertentes a cerca de 140 metros e o fundo do vale a uns meros 20 metros. Sendo que a distância do topo da vertente do ninho para o fundo do vale é cerca de 200 metros. Fica-se então com a breve ideia de quão acidentado é o habitat escolhido para nidificação. Habitat este que também é acrescido de alguns Eucaliptos, no topo, grande parte de média idade, mas alguns (poucos) exemplares a média encosta, de grande porte. Existem também alguns Sobreiros dispersos pelas vertentes. O restante é composto por vegetação arbustiva, algo densa, principalmente tojos. No fundo do vale, passa uma pequena ribeira, supostamente límpida, cujas margens são compostas por canaviais e alguns choupos (Populus alba e Populus nigra) e onde também se encontram alguns minifúndios (agrícolas). A menos de 500 metros, na vertente oposta do ninho, existe um pequeno lugarejo, composto por cerca de 10 casas e alguma agricultura. Não deixa de ser curioso de pensar que este casal praticamente interage com os habitantes conterrâneos. Nunca pensei ver um ninho de Bonelli tão perto de uma pequena povoação, apesar de termos em conta que a situação geográfica permite bastante tranquilidade devido à inacessibilidade, mas não podemos esquecer que uma discussão é perfeitamente audível à distância existente e que, conforme já presenciei, as aves pousam viradas para o lugarejo, como se tivessem a bisbilhotar a vida dos “camponeses”...
12 de Março 2005 (15h30)
Pela primeira vez avistei um indivíduo do suposto casal a voar, vindo da direcção Noroeste para o local do antigo ninho, de aspecto muito grande, tratando-se possivelmente da fêmea, com a particularidade de ter a mancha branca do manto (costas) exageradamente grande.
Posteriormente, voltei a observar outro indivíduo, possivelmente o macho, dado que aparentava ser um pouco mais “elegante”, que trazia nas patas um ramo relativamente grande, talvez com 1 metro de comprimento, vindo do mesmo sentido (Noroeste) que a anterior observação da suposta fêmea, no entanto fez uma aproximação cautelosa, levando-me a crer que se dirigia para o ninho publicitado anteriormente mas, quando se decidiu embrenhar no vale, levou-me a crer que o local escolhido não era o mesmo mas sim um sítio que ainda estou para descobrir e que se situa nas imediações a Este do conhecido local.
Tive ainda oportunidade de, sem conseguir observar, ouvir o casal a interagir, com vocalizações características (como tive oportunidade de confirmar posteriormente) da época de cria.
13 de Março de 2005 (16h30)
Observei o macho pousado num Eucalipto, de frente para o lugarejo, onde curiosamente, estava mesmo por cima, a cerca de 2 metros, um Pombo-trocaz, uma das presas predilectas destas Águias.
Mais tarde, confirmei efectivamente da presença do casal, com a chegada da fêmea, espantando o Pombo-trocaz e pousando exactamente no local onde o mesmo se encontrava. Depois acabaram por se “esquivar” sem que tivesse oportunidade de verificar para onde... Eram 19h00...
Após esta excelentes confirmações, ou seja, primeiro a presença da espécie num local de anterior nidificação na altura adequada, depois a observação do presumível macho a transportar material para compor o ninho, as interacções de comportamento nidificante através da escuta de vocalizações e finalmente a observação do casal, na mesma árvore... basta descobrir o local exacto do ninho.
Há uma situação que me leva a crer que presumivelmente o mesmo se possa encontrar na vertente oposta ao antigo. Tal especulação advém do facto de em primeiro lugar e a nível de calendário, a postura já tenha iniciado e um dos progenitores tenha que ocupar grande parte do tempo a efectuar a mesma, daí ter observado o macho pousado durante cerca de 2 horas e só depois ter aparecido a fêmea, que aparentemente vinha de uma direcção contrária à vertente do antigo ninho. Sabendo que por exemplo, algumas aves de presa têm o hábito de pousar em frente ao ninho, especulo no sentido de que este macho se poderia encontrar poisado nas imediações frontais do mesmo e que a fêmea se encontrava na postura... Tal conclusão também acontece pelo facto de ter estado a observar toda a vertente do antigo ninho com algum pormenor e através de um telescópio, é claro que o ninho poderá estar um pouco escondido mas... encontrava-me a menos de 500 metros do local e com uma visão bastante ampla e abrangente...
18 de Março de 2005 (11h00)
Resolvi efectuar uma incursão pelo fundo do vale, com o intuito de em primeiro lugar conhecer melhor as vertentes do vale e em segundo tentar encontrar o ninho deste casal.
Tive oportunidade de verificar que, devido às questões físicas, a vertente onde comecei a suspeitar que pudesse estar o ninho, não reunia as condições que na minha interpretação seriam as mais ideais. A “vertente oposta “ fica virada a sul, sendo mais árida, menos íngreme e menos florestada, portanto mais desprotegida, o que me levou a crer que possivelmente a minha primeira suspeição, aquando a observação do macho a transportar um ramo para o ninho, estaria correcta e que o ninho se encontraria sim na mesma vertente que o ninho antigo e um pouco mais a Este do mesmo. Conforme percorria o fundo do vale voltei a constatar que se trata de uma zona com uma grande variedade de avifauna, notando-se uma grande densidade em particular de Pombo-trocaz (Columba palumbus), Melro (Turdus merula) e Gaio (Garrulus glandarius).
Sabendo que esta espécie de rapina tem uma peculiar preferência pelos Eucaliptos antigos para construir o ninho, não fiquei indiferente por uns espécimes, que se situavam exactamente a leste do antigo ninho, onde anteriormente tinha sido observado o casal poisado, tendo especial atenção para as árvores mais robustas. De imediato comecei por suspeitar por um aglomerado de ramos no meio de uma das árvores, mas as dúvidas continuavam: estava a observar de binóculos e havia muita vegetação que não permitia uma visão plena. Tive então que ir percorrendo o vale de modo a encontrar todas as perspectivas possíveis para ficar esclarecido em relação ao suposto ninho. É então que consigo certificar-me, vendo o ninho de aspecto um pouco maior que o antigo, mais sólido e bem construído, com um dos progenitores a olhar para mim com alguma agitação... O ninho fica então situado um pouco mais a Este do antigo, na mesma vertente, mas fiquei com a impressão que este ninho está muito mais protegido. Fica no último terço da encosta em que acima tem um eucaliptal relativamente novo e algo fechado, e para baixo densa vegetação arbustiva. O fundo do vale, é para já o único local onde se consegue visualizar o mesmo...
Assim que o detectei, continuei a caminhada pelo vale e de imediato fui patrulhado pelo casal, que efectuou uma espiral mesmo por cima de mim, o que permitiu que reparasse que uma das aves, a fêmea, não tinha a terceira primária direita. Reparei também que após a espiral, o casal se manteve na área e o macho esboçou mesmo uns voos ondulantes (parte do seu código nupcial)...
Após uma longa caminhada de cerca de 4h30 pelas imediações, voltei a passar por perto e verifiquei um dos indivíduos a efectuar a postura... Eram 16H15...
20 de Março 2005 (15h00)
Agora sabendo mais ou menos a localização do ninho a partir do fundo do vale, teria de encontrar um bom local para o observar, numa das vertentes, de forma a que o visse se possível de um local superior, para me permitir verificar por exemplo a existência e quantidade de ovos, alguns vestígios de alimentação, enfim, o maior número de elementos possíveis referentes à nidificação desta espécie...
Dirigi-me para o tal lugarejo, na vertente oposta do ninho, e comecei por tentar localizá-lo, através do telescópio, quando de imediato fui surpreendido pelo macho a alta velocidade em voo picado, sentido Norte/Sul, em direcção a um pequeno bando de Gralhas (Corvus
corone), que se encontravam nas imediações do local de nidificação, instaurando desde logo o pânico nas mesmas principalmente quando surgiu também a fêmea no seu auxílio. Começo a compreender a tão aclamada intolerância desta espécie a nível territorial... Foi também a primeira vez que observei Gralhas neste vale. Porque será?...
Após uma exaustiva observação e estando atento às movimentações do casal por entre os galhos dos Eucaliptos e dos Pinheiros das imediações do ninho, conclui que através daquela vertente seria impossível encontrar um local que me permitisse ver o ninho. Houve necessidade de ir de novo ao fundo do vale para efectuar uma nova analogia e verificar se a vertente onde se encontrava o ninho seria o único local que me iria permitir as condições de observação que tanto pretendia. Verifiquei o motivo pelo qual o ninho não seria observável a partir do local onde tinha estado e comecei por suspeitar que seria então talvez possível através do topo na mesma vertente, a Sudoeste do ninho.
Ao chegar ao topo da vertente Sul e ao sítio previamente referenciado, localizei de imediato o ninho e foi com grande felicidade e realização que verifiquei que estavam reunidas as tão pretendidas condições para que possa então acompanhar este casal ao longo de mais uma (espero eu) época de cria... Acabo então por apelidar a fêmea de a “Mancha” e o macho de o “Guardião”... Eram 18h00...
Última actualização (Domingo, 24 Setembro 2006)
Durante alguns meses de 2005, Carlos Almeida acompanhou um casal de Águia-de-Bonelli na região de Mafra. Desse acompanhamento resultaram alguns registos no caderno de campo do observador que aqui são revelados. Do que se sabe, este casal mantém-se no local, mesmo perante uma forte pressão urbana.
Foi-me dado a conhecer um ninho de Hieraaetus fasciatus, situado na zona Mafra. O ninho foi feito na base da copa de um pinheiro bravo com ramos, de aspecto pouco elaborado (talvez por não ter sido aparentemente ocupado há relativamente pouco tempo) e pequeno, pelo menos para o que se espera de uma ave de rapina do porte da Águia-de-Boneli. O ninho está situado numa das vertentes do vale, que é bastante abrupto, estando o ninho situado a cerca de 120 metrosde altitude, as vertentes a cerca de 140 metros e o fundo do vale a uns meros 20 metros. Sendo que a distância do topo da vertente do ninho para o fundo do vale é cerca de 200 metros. Fica-se então com a breve ideia de quão acidentado é o habitat escolhido para nidificação. Habitat este que também é acrescido de alguns Eucaliptos, no topo, grande parte de média idade, mas alguns (poucos) exemplares a média encosta, de grande porte. Existem também alguns Sobreiros dispersos pelas vertentes. O restante é composto por vegetação arbustiva, algo densa, principalmente tojos. No fundo do vale, passa uma pequena ribeira, supostamente límpida, cujas margens são compostas por canaviais e alguns choupos (Populus alba e Populus nigra) e onde também se encontram alguns minifúndios (agrícolas). A menos de 500 metros, na vertente oposta do ninho, existe um pequeno lugarejo, composto por cerca de 10 casas e alguma agricultura. Não deixa de ser curioso de pensar que este casal praticamente interage com os habitantes conterrâneos. Nunca pensei ver um ninho de Bonelli tão perto de uma pequena povoação, apesar de termos em conta que a situação geográfica permite bastante tranquilidade devido à inacessibilidade, mas não podemos esquecer que uma discussão é perfeitamente audível à distância existente e que, conforme já presenciei, as aves pousam viradas para o lugarejo, como se tivessem a bisbilhotar a vida dos “camponeses”...
12 de Março 2005 (15h30)
Pela primeira vez avistei um indivíduo do suposto casal a voar, vindo da direcção Noroeste para o local do antigo ninho, de aspecto muito grande, tratando-se possivelmente da fêmea, com a particularidade de ter a mancha branca do manto (costas) exageradamente grande.
Posteriormente, voltei a observar outro indivíduo, possivelmente o macho, dado que aparentava ser um pouco mais “elegante”, que trazia nas patas um ramo relativamente grande, talvez com 1 metro de comprimento, vindo do mesmo sentido (Noroeste) que a anterior observação da suposta fêmea, no entanto fez uma aproximação cautelosa, levando-me a crer que se dirigia para o ninho publicitado anteriormente mas, quando se decidiu embrenhar no vale, levou-me a crer que o local escolhido não era o mesmo mas sim um sítio que ainda estou para descobrir e que se situa nas imediações a Este do conhecido local.
Tive ainda oportunidade de, sem conseguir observar, ouvir o casal a interagir, com vocalizações características (como tive oportunidade de confirmar posteriormente) da época de cria.
13 de Março de 2005 (16h30)
Observei o macho pousado num Eucalipto, de frente para o lugarejo, onde curiosamente, estava mesmo por cima, a cerca de 2 metros, um Pombo-trocaz, uma das presas predilectas destas Águias.
Mais tarde, confirmei efectivamente da presença do casal, com a chegada da fêmea, espantando o Pombo-trocaz e pousando exactamente no local onde o mesmo se encontrava. Depois acabaram por se “esquivar” sem que tivesse oportunidade de verificar para onde... Eram 19h00...
Após esta excelentes confirmações, ou seja, primeiro a presença da espécie num local de anterior nidificação na altura adequada, depois a observação do presumível macho a transportar material para compor o ninho, as interacções de comportamento nidificante através da escuta de vocalizações e finalmente a observação do casal, na mesma árvore... basta descobrir o local exacto do ninho.
Há uma situação que me leva a crer que presumivelmente o mesmo se possa encontrar na vertente oposta ao antigo. Tal especulação advém do facto de em primeiro lugar e a nível de calendário, a postura já tenha iniciado e um dos progenitores tenha que ocupar grande parte do tempo a efectuar a mesma, daí ter observado o macho pousado durante cerca de 2 horas e só depois ter aparecido a fêmea, que aparentemente vinha de uma direcção contrária à vertente do antigo ninho. Sabendo que por exemplo, algumas aves de presa têm o hábito de pousar em frente ao ninho, especulo no sentido de que este macho se poderia encontrar poisado nas imediações frontais do mesmo e que a fêmea se encontrava na postura... Tal conclusão também acontece pelo facto de ter estado a observar toda a vertente do antigo ninho com algum pormenor e através de um telescópio, é claro que o ninho poderá estar um pouco escondido mas... encontrava-me a menos de 500 metros do local e com uma visão bastante ampla e abrangente...
18 de Março de 2005 (11h00)
Resolvi efectuar uma incursão pelo fundo do vale, com o intuito de em primeiro lugar conhecer melhor as vertentes do vale e em segundo tentar encontrar o ninho deste casal.
Tive oportunidade de verificar que, devido às questões físicas, a vertente onde comecei a suspeitar que pudesse estar o ninho, não reunia as condições que na minha interpretação seriam as mais ideais. A “vertente oposta “ fica virada a sul, sendo mais árida, menos íngreme e menos florestada, portanto mais desprotegida, o que me levou a crer que possivelmente a minha primeira suspeição, aquando a observação do macho a transportar um ramo para o ninho, estaria correcta e que o ninho se encontraria sim na mesma vertente que o ninho antigo e um pouco mais a Este do mesmo. Conforme percorria o fundo do vale voltei a constatar que se trata de uma zona com uma grande variedade de avifauna, notando-se uma grande densidade em particular de Pombo-trocaz (Columba palumbus), Melro (Turdus merula) e Gaio (Garrulus glandarius).
Sabendo que esta espécie de rapina tem uma peculiar preferência pelos Eucaliptos antigos para construir o ninho, não fiquei indiferente por uns espécimes, que se situavam exactamente a leste do antigo ninho, onde anteriormente tinha sido observado o casal poisado, tendo especial atenção para as árvores mais robustas. De imediato comecei por suspeitar por um aglomerado de ramos no meio de uma das árvores, mas as dúvidas continuavam: estava a observar de binóculos e havia muita vegetação que não permitia uma visão plena. Tive então que ir percorrendo o vale de modo a encontrar todas as perspectivas possíveis para ficar esclarecido em relação ao suposto ninho. É então que consigo certificar-me, vendo o ninho de aspecto um pouco maior que o antigo, mais sólido e bem construído, com um dos progenitores a olhar para mim com alguma agitação... O ninho fica então situado um pouco mais a Este do antigo, na mesma vertente, mas fiquei com a impressão que este ninho está muito mais protegido. Fica no último terço da encosta em que acima tem um eucaliptal relativamente novo e algo fechado, e para baixo densa vegetação arbustiva. O fundo do vale, é para já o único local onde se consegue visualizar o mesmo...
Assim que o detectei, continuei a caminhada pelo vale e de imediato fui patrulhado pelo casal, que efectuou uma espiral mesmo por cima de mim, o que permitiu que reparasse que uma das aves, a fêmea, não tinha a terceira primária direita. Reparei também que após a espiral, o casal se manteve na área e o macho esboçou mesmo uns voos ondulantes (parte do seu código nupcial)...
Após uma longa caminhada de cerca de 4h30 pelas imediações, voltei a passar por perto e verifiquei um dos indivíduos a efectuar a postura... Eram 16H15...
20 de Março 2005 (15h00)
Agora sabendo mais ou menos a localização do ninho a partir do fundo do vale, teria de encontrar um bom local para o observar, numa das vertentes, de forma a que o visse se possível de um local superior, para me permitir verificar por exemplo a existência e quantidade de ovos, alguns vestígios de alimentação, enfim, o maior número de elementos possíveis referentes à nidificação desta espécie...
Dirigi-me para o tal lugarejo, na vertente oposta do ninho, e comecei por tentar localizá-lo, através do telescópio, quando de imediato fui surpreendido pelo macho a alta velocidade em voo picado, sentido Norte/Sul, em direcção a um pequeno bando de Gralhas (Corvus
corone), que se encontravam nas imediações do local de nidificação, instaurando desde logo o pânico nas mesmas principalmente quando surgiu também a fêmea no seu auxílio. Começo a compreender a tão aclamada intolerância desta espécie a nível territorial... Foi também a primeira vez que observei Gralhas neste vale. Porque será?...
Após uma exaustiva observação e estando atento às movimentações do casal por entre os galhos dos Eucaliptos e dos Pinheiros das imediações do ninho, conclui que através daquela vertente seria impossível encontrar um local que me permitisse ver o ninho. Houve necessidade de ir de novo ao fundo do vale para efectuar uma nova analogia e verificar se a vertente onde se encontrava o ninho seria o único local que me iria permitir as condições de observação que tanto pretendia. Verifiquei o motivo pelo qual o ninho não seria observável a partir do local onde tinha estado e comecei por suspeitar que seria então talvez possível através do topo na mesma vertente, a Sudoeste do ninho.
Ao chegar ao topo da vertente Sul e ao sítio previamente referenciado, localizei de imediato o ninho e foi com grande felicidade e realização que verifiquei que estavam reunidas as tão pretendidas condições para que possa então acompanhar este casal ao longo de mais uma (espero eu) época de cria... Acabo então por apelidar a fêmea de a “Mancha” e o macho de o “Guardião”... Eram 18h00...
Última actualização (Domingo, 24 Setembro 2006)